Friday, November 25, 2011
violetas
Fernando Pessoa inventava amigos porque
[ assim dizia ]
não tinha amigos verdadeiros .
Nós não criamos amigos porque os temos
reais , concretos e
banais .
Mas inventamos o amigo no amigo ,
o amado no amado ,
e sobre essas ficcões fazemos versos .
Todo aquele com quem algo dividimos ,
é para nós só o que dele supomos
[ ou sonhamos ]
ou o que nele vemos e amamos .
De como o fingimento é para todos ,
uma arte involuntária !
Luisa Freire
Friday, November 18, 2011
Alfazema .
Cala os olhos , vagabundo . . .
Não me digas
que há estradas no mundo
sem urtigas.
Não me contes
que nascem astros nos vales
para além dos horizontes.
Não me fales de haver poentes
com as cores ardentes
das penas de um galo.
Não me tentes , vagabundo.
Não quero ver o mundo .
Prefiro imaginá-lo .
José Gomes Ferreira
Friday, November 11, 2011
violetas
Dois cavalos a par eu conduzia . . .
Não me guiava a mim , mas meus cavalos .
E no país do espanto e do tumulto
Em mim se desuniu , o que eu unia .
Sofia de Mello Breyner
Friday, November 04, 2011
Alfazema
No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar . . .
um estribilho antigo ,
um carinho no momento preciso ,
o folhear de um livro de poemas ,
o cheiro que tinha um dia , o próprio vento ...
Mario Quintana
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