Olho por olho , e o mundo ficará cego .











Mahatma Gandhi









Saber


Vi _Ver .



Saturday, May 01, 2010

Alfazema .



A rectidão da água , o crescimento
das avenidas , ao anoitecer , sob a nua
vibração dos faróis .

o laço, mesmo, das portas só
entreabertas, onde a luz
silenciosa se demora;

são memórias, decerto, de um anterior
esquecimento, uma inocente
fadiga das coisas ,

como os corpos calados, abandonados
na véspera da guerra, o teu
jeito para

o desalinho branco das palavras,
altas as
asas de nuvens no clarão do céu

em vão rigor abrindo
o destinado enigma ... assim
desconhecer-te cada dia mais

ausente de recados e colheitas ,
em assustado bosque, em sombra
clareira ,

ao risco dos rios frívolos descendo
seixos polidos , desinscritos ,
imóveis movendo

a luz do dia ,
a margem recortada , aonde vivem
ausentes e seguros , os luminosos

animais do inverno .
Assim são na verdade os muros claros ,
assim respira o tempo , a terra intensa.


António Franco Alexandre

6 comments:

Elaine Barnes said...

Um poema delicado e ao mesmo tempo forte ao falar da terra e do esquecimento dela. Creio que foi isso que entendi o poeta Antonio Franco Alexandre não conheço,mas, achei bonita a maneira como se expressou nos versos. Um lindo final de semana pra você. Montão de bjs e abraços

Lilá(s) said...

Porque será que as imagens que escolhes me encantam sempre?...mas o poema também.
Bjs

~*Rebeca*~ said...

O tempo respira as horas de um novo amanhecer.

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Todo final de semana mando música, né? Né! Mas hoje vou compartilhar o passado e o presente clicado com arte. Fiquei maravilhada com as fotos, espero que goste:

http://www.flickr.com/photos/edrabbit/galleries/72157623103181304

Beijo imenso, menina linda.

Rebeca

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Beatriz Prestes said...

Estar aqui é terapia para a alma!!
Teu espaço reluz!!!
QUE LINDO ESTE POEMA!
Beijo com carinho
Bea

Jorge Manuel Brasil Mesquita said...

QUANDO A CUÍCA SOA
HÁ ESSE VENTO QUE ESCOA
A LIBERDADE DE SE SER
MESMO QUE A NOITE SEJA
A DOR DE UMA INVEJA
E NÃO A FORÇA DE UM SABER
DEDILHAR O DOCE DO PRAZER.

QUANDO EU ME OUÇO
SOU SÓ SILÊNCIO E OSSO

nINGUÉM (jORGE mANUEL bRASIL mESQUITA)

05/05/2010 - 14H02 - bIBLIOTECA nACIONAL

ETPLURIBUSEPITAPHIUS.BLOGSPOT.COM

BC said...

Passei aqui neste lindo espaço com um cheiro a alfazema para te dizer que tens lá no Sletras um desafio se quiseres.
Beijinhos