Friday, July 08, 2011
Alfazema
Não
há , duas folhas iguais em toda a criação.
Ou nervura a menos , ou célula a mais , não há , de certeza , duas folhas iguais.
Limbo todas têm , que é próprio das folhas.
Pecíolo algumas , bainha nem todas.
Umas são fendidas , crenadas , lobadas , inteiras , partidas ,
singelas , dobradas.
Outras acerosas , redondas , agudas , macias , viscosas , fibrosas , carnudas.
Nas formas presentes , nos actos distantes , mesmo semelhantes são sempre diferentes.
Umas vão e caem no charco cinzento , e lançam apelos nas ondas que fazem.
Outras vão e jazem sem mais movimento .
Mas outras não jazem , nem caem , nem gritam ... apenas volitam nas dobras do vento.
É dessas que eu sou .!
António Gedeão
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6 comments:
Iguais e diferentes. Pois temos características da essência humana, mas singularidades também...
Maria,
A postura de Gedeão perante as coisas é qualquer coisa de referencial. Apesar do carácter técnico do seu trabalho, maravilha-se sempre com o que o circundava...
Beijo :)
Já várias vezes te disse que António Gedeão é um dos meus preferidos...agora ainda não te contei é da sensação agradável quando aqui entro e oiço a passarada! parece o som do meu jardim! o espaço que é a minha terapia mas do qual não posso usufruir todos os dias, então quando a saudade aperta venho até aqui...
Beijinhos
Nós somos como as folhas...
A tua escolha é muito boa. Obrigado, não conhecia este excelente poema do autor.
Querida amiga Maria, tem um bom Domingo.
Beijo.
Eu as vezes me sinto como uma folha meia colorida. Um beijo e ótima semana.
Uma linda lição de botânica esta que nos dá António Gedeão (de quem sou fã) para nos mostrar as semelhanças e desigualdades que nos unem e/ou nos separam.
Lindo!
Boa semana. Beijinho GRANDE.
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