*
País
por conhecer, por escrever, por ler ...
País purista a prosear bonito ,
a versejar tão chique e tão pudico ,
enquanto a língua portuguesa se vai rindo ,
galhofeira , comigo.
/
País engravatado todo o ano
e a assoar-se na gravata por engano.
/
Moroso país da surda cólera,
de repente que se quer feliz.
/
A damisela passeia
no país da alcateia,
tão exterior a si mesma
que não é senão a fome
com que este país a come.
/
País do eufemismo, à morte dia a dia
pergunta mesureira . . . _ Como vai a vida ?
País dos gigantones que passeiam
a importância e o papelão ,
inaugurando esguichos no engonço
do gesto e do chavão.
E ainda há quem os ouça , quem os leia ,
lhes agradeça a fontanária ideia !
Alexandre O´Neill
País purista a prosear bonito ,
a versejar tão chique e tão pudico ,
enquanto a língua portuguesa se vai rindo ,
galhofeira , comigo.
/
País engravatado todo o ano
e a assoar-se na gravata por engano.
/
Moroso país da surda cólera,
de repente que se quer feliz.
/
A damisela passeia
no país da alcateia,
tão exterior a si mesma
que não é senão a fome
com que este país a come.
/
País do eufemismo, à morte dia a dia
pergunta mesureira . . . _ Como vai a vida ?
País dos gigantones que passeiam
a importância e o papelão ,
inaugurando esguichos no engonço
do gesto e do chavão.
E ainda há quem os ouça , quem os leia ,
lhes agradeça a fontanária ideia !
Alexandre O´Neill
2 comments:
Maria,
Esta vem mesmo a propósito para a reflexão do momento.
Beijo :)
Ai amiga, só mesmo os tons lilás e o aroma das violets nos pode ajudar.
E ainda bem que arranjas uns poemas mesmo a propósito!
Bjs
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