Wednesday, August 18, 2010
Violetas .
Sonho , mas não parece.
nem quero que pareça.
É por dentro que eu gosto que aconteça
a minha vida.
Íntima , funda , como um sentimento
de que se tem pudor.
Vulcão de exterior
Tão apagado ,
Que um pastor
Possa sobre ele apascentar o gado.
Mas os versos , depois ,
Frutos do sonho e dessa mesma vida ,
É quase à queima-roupa que os atiro
Contra a serenidade de quem passa .
Então , já não sou eu que testemunho
A graça
Da poesia ...
É ela prisioneira ,
Que , vendo a porta da prisão aberta ,
Como chispa que salta da fogueira ,
Numa agressiva fúria se liberta .
Miguel Torga
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7 comments:
É sempre um prazer ler Torga, um dos escritores que preservo muito.
Boa escolha, Maria!
Beijo :)
Querida amiga, lindo poema..Beijocas
*
miguel torga,
pois então !
,
De tanto olhar o sol,
queimei os olhos,
De tanto amar a vida enlouqueci.
Agora sou no mundo esta negrura.
À procura
Da luz e do juízo que perdi.
,
in-torga,
,
marés lilases,
deixo,
,
*
Teu poetar invade a alma!!!
Lindo!!
Beijo com carinho minha amiga querida
Bea
Belo poema de Miguel Torga.
É por dentro que a vida deve,realmente acontecer, envolta em sentimentos profundos.Talvez uma forma de solidificar as nossas vivências, para depois as partilhar comm convicção...digo eu!
Beijinho doce esperando a tua visita:)
Hoje falaremos de Amor., esse vinculo emocional que sempre deu que falar, desde os tempos mais remotos... Escolhi dois textos que acho muito interessantes e que servirão para os meus queridos amigos reflectirem e deixarem as suas sempre tão bem vindas opiniões.
Belo os poemas, e as violetas são lindas.
Não conhecia este poema de MIguel Torga, apesar de gostar de o ler. E a simplicidade da violeta que sempre me encanta...
Beijos
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