Feita toda de gesso só os pés de ouro . Como pô - la erecta se te derrete nas mãos , os olhos de vidro prestes a rolarem ? Deixa - a ficar de joelhos e esquece - a . Não quero ver - te levantar de novo para segurá - la . Hristós Valavanídis _ Rosa do Mundo 2001 poemas para o futuro _
«Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cizenta. Melancolias, mercadorias, espreitam-me. Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse. (...)»
Carlos Pires , agradeço a sua visita e aproveito para aqui deixar os " ects " do poema de Carlos Drummond de Andrade , / Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.As coisas.
Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornaise soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvoe dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
Dá pra sentir, de perto e de longe, sua delicadeza. Seja postando palavras que alimentam ou com imagens que preenchem nossos olhos. Mas, menina do céu, ameeeeeeeei o vídeo, bem nordestino, bem meu povo.
Fiquei preso aos versos de Hristos Valavanidis, tentando penetrar na subtileza das palavras em busca da possível mensagem. Muitas vezes acontece-nos o mesmo na vida, deixando que o efémero e o supérfluo nos ocupe em detrimento de algo mais profundo. As palavras do poeta, certeiras, são subtileza a deslizar na evidência.
14 comments:
Esses poemas eu não conhecia! as imagens que descobres são de pasmar sempre de encontro ao meus gostos!!!
Bjs
Essa imagem me lembra tarô. Linda demais e a gatinha caminhando também adorei! Montão de bjs e abraços
talvez apenas com a imaginação se possa fazer do pó a nossa mão.
Olhos de vidro são frágeis.Sendo a visão os olhos da alma...e se alma se quebra?
Beijinho doce e vem sonhar comigo
http://vemsonharcomigo.blogspot.com/
A FLOR E A NÁUSEA
«Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cizenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse. (...)»
e etc., pois ainda há outras estrofes
Carlos Pires ,
agradeço a sua visita e aproveito para aqui deixar os " ects " do poema de Carlos Drummond de Andrade ,
/
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.As coisas.
Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornaise soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvoe dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia.
Mas é uma flor.
Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
Não se come o dinheiro
mas é preciso
que o dinheiro não nos coma...
Bjs
Maria,
Dá pra sentir, de perto e de longe, sua delicadeza. Seja postando palavras que alimentam ou com imagens que preenchem nossos olhos. Mas, menina do céu, ameeeeeeeei o vídeo, bem nordestino, bem meu povo.
Um beijo imenso, menina linda que adoro demais.
Rebeca
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Fiquei preso aos versos de Hristos Valavanidis, tentando penetrar na subtileza das palavras em busca da possível mensagem.
Muitas vezes acontece-nos o mesmo na vida, deixando que o efémero e o supérfluo nos ocupe em detrimento de algo mais profundo.
As palavras do poeta, certeiras, são subtileza a deslizar na evidência.
Do jeito que for estará bem.
Cadinho RoCo
Inspiração total, que faz a gente querer ler e se aprofundar mais e mais em tua poesia!
Amei!!
Beijo carinhoso minha amiga
Bea
Belo!
E a imagem também!
Bom fim de semana
Profundo isso.
Para ficar pensando.
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