Olho por olho , e o mundo ficará cego .











Mahatma Gandhi









Saber


Vi _Ver .



Sunday, May 19, 2013

Agradeço

 
 
Agradeço  as  visitas  feitas  a  este  espaço , mas  por   algum  tempo , 
estarei  , apenas  ,  em  . . .
 
 
 

Saturday, May 11, 2013

Violetas























/
Mas  poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem .
E por isso , porque pertence a menos gente ,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia .
Pelo Tejo vai-se para o Mundo .
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram .
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia .


O rio da minha aldeia não faz pensar em nada .
Quem está ao pé dele está só ao pé dele .





Fernando  Pessoa  [ Alberto  Caeiro  ]


Saturday, May 04, 2013

Alfazema















/

Mãe !
ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado !
Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa.
Eu também quero ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa , como a mesa.

Mãe !
passa a tua mão pela minha cabeça !

Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade !




Almada  Negreiros


Wednesday, May 01, 2013

Alfazema
















parar .  parar  não  paro .
    esquecer .  esquecer  não  esqueço .
   se  carácter  custa  caro
    pago   o   preço .






Sidónio  Muralha

Saturday, April 20, 2013

Alfazemas























Senhor , a noite veio e a alma é vil .
Tanta foi a tormenta e a vontade
!

Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou ,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou ...

A mão do vento pode ergue-la ainda .

Dá o sopro , a aragem , ou desgraça ou ânsia ,

Com que a chama do esforço se remoça ,
E outra vez conquistaremos a distância ,

Do mar ou outra , mas que seja nossa ! 




Fernando  Pessoa  _ Prece , em  Mensagem  _ 


Saturday, April 13, 2013

Violetas



















Sonhos enormes como cedros ,
que é preciso
trazer de longe
aos ombros

para achar
no inverno da memória
este rumor
de lume ...

o teu perfume ,
lenha
da melancolia .




Carlos   Oliveira


Saturday, April 06, 2013

Alfazema
















Procura acrescentar um côvado
à tua altura . Que o mundo está
à míngua de valores
e um homem de estatura justifica
a existência de um milhão de pigmeus
a navegar na rota previsível
entre a impostura e a mesquinhez  dos  filisteus .

Ergue-te desse oceano
que dócil se derrama sobre a areia 
e busca as profundezas , o tumulto
do sangue a irromper na veia
contra os diques do cinismo
e os rochedos de torpezas
que as nações antepõem a seus rebeldes .


Não te rendas jamais , nunca te entregues ,
foge das redes , expande teu destino .
E caso fiques tão só que nem mesmo um cão
venha te lamber a mão
,

atira-te contra as escarpas
de tua angústia e explode
em grito , em raiva , em pranto .


Porque desse teu gesto
há de nascer o
Espanto  !



Eduardo  Alves  da  Costa