Dai - nos , meu Deus ,
um pequeno absurdo quotidiano que seja ,
que o absurdo , mesmo em curtas doses ,
defende da melancolia ,
e
nós somos tão propensos a ela !
Alexandre O´Neill
Pela Cor e pelo Aroma
A rectidão da água , / o laço , mesmo , das portas só entre silenciosa se demora . São memórias , decerto , de um anterior esquecimento , uma inocente fadiga das coisas , como os corpos calados , abandonados na véspera da guerra , o teu jeito para o desalinho branco das palavras , altas as asas de nuvens no clarão do céu em vão rigor abrindo o destinado enigma ... assim desconhecer-te cada dia mais ausente de recados e colheitas , em assustado bosque, em sombra clareira , ao risco dos rios frívolos descendo seixos polidos , desinscritos , imóveis movendo a luz do dia ... a margem recortada , aonde vivem ausentes e seguros , os luminosos animais do inverno . Assim são na verdade os muros claros , assim respira o tempo , a terra intensa. António Franco Alexandre |
I am a |